sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

sábado, 5 de julho de 2008

"O Louvre das estepes"


Foi com este título que eu li o primeiro artigo sobre um dos "louvres" mais desconhecidos do mundo.

Nukus, é uma pequena cidade onde ninguém esperaria encontrar nada. Mas eis que nesta pequena cidade do Usbequistão encontramos uma das maravilhas do mundo moderno.
Mesmo no centro da Ásia Central, no meio de nada, entre estepes e desertos, encontra-se uma das mais belas colecções de arte vanguardista russa.
Ulianov, Falk, Kudriachov...tudo num pequeno museu no meio do Usbequistão!
Assim sendo, o roteiro da minha viagem de sonho vai ganhando contornos... Alemanha, Rússia, Usbequistão, Cazaquistão, China, Tibete, Nepal, India, Butão...
Então...aqui estou eu! Sentada em frente a uma máquina de escrever, fazer planos para o próximo ano...
Para a viagem dos meus sonhos!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Impaciência

A miúda que nunca para quieta, que detesta a inutilidade, as coisas vulgares e as demasiado complexas. Aquela miúda que quer mais e mais. Aquela miúda chata...que fala, fala, fala e fala...

Ahhh...mas que auto retrato tão belo! Ahhh....ou então até é mesmo o pior auto retrato alguma vez feito!
Não faz mal, hoje eu só queria mesmo um texto parvo que estivesse a condizer com o meu belo espírito literário parvo.

Tenho que me render às evidências, a máquina de escrever é a minha alma literária (que ainda que seja parva) sempre é um pouco menos parva do que aquela que actualmente tem invadido este meu "blog"... Faltam dois dias para a reencontrar de novo....a minha querida máquina de escrever!

A impaciência é a minha palavra...é o meu auto retrato!

sábado, 14 de junho de 2008


E se agora eu dissesse: Ohh, mas que grande dia de m***a que eu tive!
Honestamente, quem retaliará?! Perdoem-me a sinceridade....

Na maior parte dos dias acordo a querer mudar o mundo. Hoje acordei com uma grande vontade de não fazer rigorosamente nada...

Queria escrever alguma coisa com o mínimo de sentido...mas que porra de trabalho que fui arranjar!

Acho que o espírito é mesmo, CARPE DIEM, mas sentadinha no sofa!

A inutilidade destrói-me...simultaneamente agrada-me! Ohhh, estou a perder o norte! Longe da máquina de escrever as palavras parecem não querer sair! O amargo sabor da tecnologia limita a minha estúpida criativdade literária (ohh, mas que profundidade ignorante que incorre nestas parvas palavras)!

Ahhh, mas que falta que me faz o tlactlac....Tento escrever alguma coisa ao som de Coltrane! Ultimamente tenho sentido um desprezo um tanto ou quanto estranho por estas modernices musicais parvas. A essência do doce sabor das notas perdeu-se....aquela batida: pumpumpumpum....ahhhh mas que grande merda! Peço desculpa se feri susceptibilidades!

O avô costumava dizer que nas grandes múscias a simplicidade e a complexidade misturam-se....o complexo torna-se simples! o único comentário possível é: concordo completamente!

Estou a divagar, ohh se estou! Fico mesmo por aqui, amanhã tento de novo!

sábado, 31 de maio de 2008

A minha vida dava um filme amarelo!


Tenho andado "fugida" da velha máquina. Começo a escrever as primeiras linhas e volto a estranhar o tlactlactlac....ohhh, como já sentia falta do barulho arrogante das velhas teclas! Ela range, eu insisto! As frequências, os trabalhos, as aulas...tudo tem deitado por terra as minhas promessas à minha querida máquina de escrever! Com o sair das primeiras linhas, vamos fazendo as pazes...andamos no jogo do cede/não cede....acabamos ambas por ceder e sinto que estou de novo em casa!Agora, continuamos tal e qual como antes....
Acabei de me lembrar de uma frase estupidamente ridícula e, sinto-me tentada a escrevê-la na velha máquina: ok, não resisto: A minha vida dava um filme amarelo! Justifico a frase parva com uma noite sem uma única hora de sono! E também....para aproveitar a sensação de liberdade de expressão! Ohhh, como é bom (apesar de ser um tanto ou quanto estúpido) dizer o que se quer!

Au revoir, my friends!

domingo, 4 de maio de 2008

ohhhh...mais um texto com conteúdos parvos!

É oficial, já só consigo escrever na velha máquina do avô! Tive, à umas horas, a ideia peregrina de escrever sem pensar em frente ao computador. O resultado foi no mínimo: desastroso! A intenção, até nem seria má de todo mas, a execução?! Ainda estou sem palavras quando olho para o que leio. A verdade é que achava (ainda acho) embaraçoso reescrever no computador tudo o que tinha ortografado na velha máquina! Já não era suficientemente mau escrevê-lo uma vez, tinha mesmo que que o reescrever....Mas, não o consigo fazer de outra forma! O problema está no "tac tac tac tac tac" que a máquina faz quando

Copos de café meio vazios...


Durante dias e dias não consegui escrever uma só palavra! Hoje, a velha máquina de escrever do avô guarda uma quantidade absurda de disparates. São 04 da manhã. Eu insisto que tenho que bater um novo recorde, "maior número de parvoíces que alguma vez foi escrito". E batalho arduamente contra o sono que insiste em vencer-me neste braço de ferro desigual! Ele está claramente em vantagem. O café acabou, o escuro do quarto dá-lhe uma pequena vantagem! Eu resisto...Voltei a lembrar-me do meu avô! Até à poucos anos atrás era ele quem vagueava pelos escuros corredores da casa da porta preta (era assim que a minha irmã lhe chamava ou melhor, não era bem preta...era mais peta. Naquela altura ela ainda não dizia bem as palavras... o nome ficou). Ele sofria de insónias. Eu lembro-me das noites dos meus primeiros anos naquela casa...achava que era assombrada! A história dos fantasmas acabou por durar mais do que a do pai natal...enfim! Mas, voltando às insónias do meu avô...
Até à bem pouco tempo atrás, as minhas insónias acompanharam as do avô! As minhas insónias de férias eram passadas a discutir cinema, guerras, política e Mozart. Sentada numa das poltronas de couro da velha biblioteca, com uma chávena de chá a acompanhar e, o gira discos muito baixinho, a libertar as notas do trompete do Miles Davis, falávamos sobre os meus sonhos e, discutíamos uma série de disparates! Eu perdia sempre, mas nunca me cansava! O meu avô acabava sempre a chamar-me "Naive"!... Ele ensinou-me muitas coisas..de qualquer forma...se estas discussões "ocupadoras de insónias" persistissem....tenho a certeza que acabariam da mesma forma..."eu seria sempre Naive"!
Hoje, sou eu quem vagueia pelos escuros corredores da casa da porta preta. Às vezes ainda volto à biblioteca. Pego num livro, ligo o gira discos e as notas do Miles voltam a ocupar aquele espaço onde outrora reinaram as discussões sobre assuntos parvos...Agora, só eu, o Miles e uns dias Dostoievsky, outros Virgínia Wolf, não raras vezes, convido Saramago (aprendi a gostar...foi preciso algum tempo. Se calhar estou a crescer).

my grandpa's typewriter...


Foi à três dias atrás, numa das minhas raras viagens até ao sótão da casa dos meus avós que encontrei a velha máquina de escrever do meu avô. Olhei para ela de lado. Um misto de desconfiança e curiosidade assaltaram o meu olhar...Ela continuava serena. Eu, durante largos minutos, remeti os meus pensamentos para as histórias que o meu avô costumava contar!
"- Carolina, pára um bocadinho!
- Oh avô, o Francisco tirou-me a boneca!
- Deixa-o estar, daqui a um bocadinho ele devolve-ta. Senta-te aí na cadeira de baloiço da tua avó que eu conto-te uma história!"
E foi desta forma que começaram muitas das histórias que o meu avô me contou! Eu não me lembro de todos os momentos mas, ainda agora me recordo de todas as histórias.
Lembro-me dos piratas, das fadas, do bandidos e das bonecas que encantavam aquelas histórias...Como eram fantásticos!
O meu avô não foi a última pessoa que me contou uma história mas, nunca mais ouvi um contador de histórias tão bom como ele.
A velha máquina de escrever do meu avô...Ela guarda muitas das suas histórias, muitas das minhas memórias, muitos dos seus sonhos...
Hoje pego nela novamente. Ele pede-me que a deixe escrever mais palavras, mais histórias, mais memórias, mais sonhos e eu, concedo-lhe esse desejo!
São 03 de manhã e ela está a gravar muitas das minhas palavras. Algumas que não foram ditas e que ansiavam por liberdade, outras que necessitavam de ser repetidas e mais algumas que ficarão aqui imutáveis...só porque sim!
Hoje, são os meus sonhos, as minhas angústias, os meus desejos e as minhas histórias que a velha máquina do meu avô vai guardar! Amanhã...não sei!